Os elevadores são um dos principais meios de transporte de pessoas dentro de um condomínio.
E, diante da situação, é essencial que os mesmos sigam com suas manutenções em dia, especialmente pelo objetivo de aumentar a segurança dos condôminos, além de economizar custos com energia.
Números apontam que 2 bilhões de pessoas utilizam elevadores diariamente no mundo, e esse número só tende a crescer. Dados da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) de 2022 indicam que cerca de 20% dos incidentes com elevadores no Brasil são causados por mau uso das pessoas que os utilizam. Isso significa que um em cada cinco poderia ser evitado se os passageiros seguissem práticas seguras de utilização.
O indicador ressalta a importância de campanhas educativas e ações de conscientização para promover a segurança no país. Adotar medidas simples faz toda a diferença.
Em julho de 2020, a ABNT publicou novos padrões da norma NBR, que se divide em duas partes: NBR 16858-1 “lista os requerimentos de segurança para a instalação de elevadores”, NBR 16858-2 “define os cálculos, análises e testes a serem feitos com os componentes do elevador”. Esse novo código substitui o código NBR 16042 publicado em 2012.
A nova norma para elevadores segue os padrões internacionais de segurança e qualidade dos equipamentos e equivale às normas europeias EN 81-20 e EN-81-50. Ela, inclusive, prevê mudanças como o aumento da luz de emergência dentro da cabine, alteração na classificação de resistência ao fogo dos revestimentos da cabine ou mesmo nos requisitos de projeto, de cálculos e de inspeções e ensaios dos componentes dos elevadores.
Essa nova norma foi publicada em julho de 2020 e entrou em vigor a partir de abril de 2024. Desde sua publicação, as empresas do setor precisaram se adaptar às novas exigências.
A reportagem do Jornal dos Condomínios ouviu especialistas na área para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema.
Paulo Roberto Theodorovitz, especialista há mais de 40 anos no mercado, afirma que a principal razão da manutenção periódica dos elevadores passa por garantir a segurança dos passageiros. Manutenções regulares ajudam a identificar e corrigir problemas antes que acidentes aconteçam.
Além disso, também aumenta a confiabilidade e o funcionamento contínuo. A manutenção auxilia a evitar falhas inesperadas no equipamento.
Outro ponto importante, de acordo com Theodorovitz, é o aumento da vida útil do equipamento. “Manter os elevadores em bom estado prolonga sua vida útil reduzindo a necessidade de substituições dispendiosas”, explica o profissional.
Com isso, seguir um cronograma de manutenção ajuda a garantir que os elevadores estejam em conformidade com as normas de segurança e regulamentações locais.
No Rio de Janeiro, por exemplo, houve casos recentes de acidentes envolvendo elevadores. Em muitos desses casos, os principais problemas detectados incluíam falta de manutenção adequada, desgaste de componentes críticos e falhas mecânicas ou elétricas. Falhas essas que poderiam ter sido evitadas com inspeções regulares e um cuidado adequado com o equipamento.
Os avanços tecnológicos têm melhorado significativamente a segurança dos elevadores. Algumas das inovações incluem sistemas de monitoramento remoto, que permitem a detecção de falhas e problemas em tempo real, possibilitando intervenções rápidas antes que os passageiros fiquem presos.
Outro tópico importante são os sensores de última geração que podem detectar anomalias menores que indicam problemas graves futuros.
Os freios de emergência e sistemas redundantes também se mostram essenciais, pois melhoram a segurança em caso de falha mecânica ou elétrica.
Por último, os sistemas de comunicação, que permitem aos passageiros se comunicarem facilmente para pedir ajuda em caso de qualquer eventual situação de emergência dentro do elevador.
Com esses avanços, provavelmente será bem raro você ficar preso em um elevador por problemas técnicos, embora a manutenção regular continue sendo essencial para garantir a segurança.
Como apontado anteriormente no texto, cerca de 20% dos acidentes com elevadores no Brasil são causados pelo mau uso do equipamento. Os principais problemas detectados durante as vistorias e manutenções incluem sobrecarga, com passageiros excedendo a capacidade máxima do elevador, uso imprópria das portas, forçando a abertura ou o fechamento das mesmas, além da inserção de objetos estranhos que podem bloquear o funcionamento do equipamento, por exemplo.
O levantamento ainda aponta que os principais problemas também estão ligados ao desgaste natural com o tempo, com componentes que podem apresentar problemas se não forem substituídos no tempo correto, uma manutenção negligenciada, sem um cuidado periódico, além da falta de treinamento, com usuários e operadores não preparados adequadamente para utilizar o elevador da forma correta e segura.
“É papel das empresas de manutenção detectarem e corrigirem esses problemas, além de educar os usuários sobre a utilização correta dos elevadores para evitar incidentes futuros”, aponta Theodorovitz.
Condomínios que contam com elevadores são mais caros, sendo assim, como não onerar ainda mais a taxa de condomínio devido à má utilização do equipamento por parte de moradores? Para explicar a questão, a reportagem ouviu Marcio Panno, advogado especialista em Direito Condominial.
O especialista explica que os moradores precisam ter consciência da utilização correta do equipamento para evitar qualquer tipo de problema.
“Todo condomínio que possui um elevador deve ter uma empresa, ou técnico, responsável pelo equipamento. Essa empresa é responsável pela manutenção mensal do mesmo. Para evitar gastos extras, o ideal é fazer um seguro do equipamento, além de orientar os condôminos sobre o correto uso do equipamento. Os moradores devem ter ciência que as peças de reposição são caras e que eles devem cuidar do patrimônio coletivo”, explica o advogado.
Além disso, Panno também afirma que o mau uso do elevador por parte do condômino pode até mesmo gerar uma penalidade ao mesmo, sendo possível até cobrar pelo ressarcimento do dano causado no equipamento.
“Caso o condomínio prove que algum morador ou visitante fez mau uso do equipamento e gerou um dano, o condomínio pode aplicar uma penalidade, fundamentada nas regras da convenção e regimento interno, além de poder cobrar do autor do fato o ressarcimento pelo dano causado. Os proprietários que são condôminos, respondem pelos seus locatários, visitantes e prestadores de serviços. Não existe lei sobre mau uso do elevador. Mas o Código Civil prevê que aquele que causar dano a outrem, deve repará-lo”, pontua o advogado.
Diante da situação, é fundamental também que o síndico seja atuante na fiscalização de uma possível má conduta de um condômino no elevador.
“Caso flagrado, o síndico deve agir imediatamente, tentando entender o caso, com uma conversa amistosa. Se não resolver ou se tiver previsão da convenção e/ou regimento interno, pode aplicar a multa. A multa não substitui a cobrança pelo dano causado”, afirma Panno.
“É de suma importância que os elevadores e áreas comuns tenham câmeras para que assim, o síndico possa identificar o autor do dano ou mau uso e, assim, ter provas para efetuar a cobrança e a aplicação da multa”, finaliza.
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